quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DE ARIANA PARA DIONÍSIO
 
III
 
A minha Casa é gurdiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavra
Paixão e veemência
 
E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.
 
A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
À uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta
 
Por que recusas amor e permanência?
 
Hilda Hilst

Nenhum comentário:

Postar um comentário