quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ESTRANGEIRO
(José Inácio Vieira de Melo)

Quando chegaste por essas paragens
com tua bússola indicando o norte,
com teus espelhos pra fazer barganha, 
não parei para te compreender.

Tu trazias molduras tão distantes
de tudo o que a terra me oferecia.
Foste forjando tua construção
para criar uma nova paisagem.

Tua verdade era devastadora.
Não fazias conta das minhas cores.
Agora, ao me olhar no espelho, não vejo 
nem o vulto do meu rio liberto.

Perambulo sem ter rumo certo:
estrangeiro, de mim tão disperso.

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