domingo, 24 de abril de 2011

JESUS
(J. G. de Araújo Jorge)  

João XXIII o despregou da cruz
e o ressuscitou em suas Encíclicas.

Ele descerá dos altares barrocos rebocados de ouro
entre castigais de prata a anjinhos voadores
sairá dos vitrais coloridos a iluminados,
dos catecismos ingênuos
não terá olheiras de moço transviado
nem a palidez dos "bichas".

No máximo, seus cabelos longos, escuros,
escorridos sobre os ombros,
lembrarão as cabeleiras dos "hippies"
ou dos bateristas de "rock".

Será realmente o menino que nasceu num estábulo
entre bichos pacíficos, e montes de feno,
filho de um pastor ignorado e de Maria,
criado por José
operário marceneiro.

O menino rebelde e incompreendido, que fugiu
de casa,
extraviou-se com as caravanas, atirou-se
em aventuras
por esse mundo de Deus,   
que conheceu todos os povos, escalou montanhas,
conviveu com eremitas e sacerdotes
e espantou-os com sua fé, e suas vidência,
que aprendeu com os humildes, ensinou aos sábios,
lutou contra os mercenários...

Moreno e forte,
tostado de sol, olhos negros e brilhantes como
as noites orientais:
o Jesus homem comum, mensageiro de Deus,
de quem recebeu a missão
de apesar de sua grandeza e de sua força,
morrer por nós, humildemente,
para provar a existência do
Amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário