segunda-feira, 20 de junho de 2011

O FOGO
(Astrid Cabral)

Juntos urdimos a noite 
mais seu manto de trevas 
quando as paredes recuam 
discretas em horizontes 
de além-cama e num espaço 
de altiplano rolamos 
nossos corpos bravios 
de animais sem coleira 
e juntos acendemos o dia 
em cachoeiras de luz 
com as centelhas que nós 
seres primitivos forjamos 
com a pedra lascada 
dos sexos vivos.

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