sábado, 16 de julho de 2011

O OLEIRO
(Janara Soares)

Os meus peitos são obra tua,
moldados por tuas mãos
com o pó divino e tua divina saliva.

Foram queimados no forno
de tua boca, os meus peitos.
De tua boca vem minha cor.

São tuas mãos aqui moldadas:
obra desconhecida
de um autor recém-descoberto.

São arte, da mais vistosa,
da mais suada e mais laboriosa
que saiu de tuas mãos.

É teu o sopro e minha morte,
minha pequena morte de todas as noites
dentro das tuas mãos.


Esta poeta integra o projeto Sangue Novo

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