terça-feira, 23 de agosto de 2011


PAISAGEM
(Francisco Alvim)

O telefone arqueja sobre a mesa
giram os cataventos na colina
surgem nucas do fundo de gavetas
recobrem-se de relva as piscinas
Minha gravata pelo céu adeja
ao embalo desta brisa vespertina
Diluiu-se no ar a única defesa
interposta entre o canteiro e a usina
Ainda está gravado no lajedo
(rastro de serpente) a queda do irmão
ou um outro gasto travesti do medo
E sobre o casario um astro míope
parece contemplar a sucessão
infinita de enganos que amor move

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