quarta-feira, 19 de outubro de 2011

UM ABISMO ATRÁS DOS OLHOS
(José Geraldo Neres)

I

silêncio
língua anterior ao tempo
língua na canção das águas
o vento abre os olhos
senta sobre o hálito do primeiro espelho
um dilúvio de pupilas
dá ao cego um cardume de cavalos sonâmbulos

Nenhum comentário:

Postar um comentário