(Luís Antonio Cajazeira Ramos)
Escavaquei o chão dentro de mim,
lavrando em busca do cristal dos versos.
Toquei no nervo lírico e senti
a erosão evasiva do silêncio.
Há uma porta, e pela porta aberta
(se existe uma janela, está fechada)
não entra vento, pois o vento é festa
quando há portas e janelas escancaradas.
Falseio meu silêncio interrompendo-o
com solo (a dor de tudo) em timbre trêmulo,
miragem de alcançar o inexprimível.
Não sei amar. Não vi pousar um anjo
quando estrelas brilharam em teus olhos
de ouro. Só nosso amor me faz possível.
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