domingo, 9 de janeiro de 2011

MUSA
(Luis Antonio Cajazeira Ramos)


Nenhum perfume disse que chegaste.
Não houve sobressaltos, nem sinais.
Chegaste, assim como quem chega, e parte
de tudo parte, para nunca mais

achar o rumo, longe do que fui.
Resta de mim somente algo de novo,
muito antigo e completo, feito fogo
ou verdade, tão novo como luz,

cidade, paz, necessidade, pão,
algo tão novo como tudo em vão.
E segue meu delírio a te seguir.

Nenhum perfume disse que partiste.
"E não partiste", meu delírio insiste.
Talvez perdido em ti dê trégua a mim. 

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