RETRATO
(Kátia Borges)
Já estamos todos mortos
quando vivos nessas poses
que emprestam aos retratos
certo ar de documento
do quanto fomos, gente,
para algum arremedo
de posteridade. Ah, estamos
mesmo todos mortos
quando abrimos os olhos
e arregalamos os dentes
diante de um fotógrafo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário