sexta-feira, 26 de agosto de 2011


EM SILÊNCIO CONVERSEMOS
(Francisco Alvim)

Que fazer deste ser 
sem prumo 
despencado do extremo de um dia e 
que o sono não recolheu? 

Não não indaguemos 
Para que indagar matéria de silêncio 
Procurar a nenhuma razão que nos explique 
e suavemente nos envolva 
em suas turvas paredes protetoras 

Nada de perguntas 
A campânula rompeu-se 
O instante nos ofusca 

A quem sobra olhos resta ver 
um ser nu a vida pouca 
Só dentes e sapatos 
de volta para casa 

Nem um passo à frente 
ou atrás 
De pés firmes 
o corpo oscilante 
neste suave embalo da mágoa 
descansemos

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