domingo, 1 de maio de 2011

DELÍRICA III
(Salgado Maranhão)

Há um rasgo de arco-íris 
entre meu cais
                   e a tua íris,
uma voragem de lâminas
e cetins.

Tramas tua química de azuis
em dorso esplêndido
rosnas a febre líquida
a inundar teus lábios ocultos.

O instinto fez-se mar revolto
e as convulsões de sangue e cio
acordam cavalos em teu haras.

Urge que o fogo avance os limites
urge que o tempo em temporal
desate a trama das águas.

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