DELÍRICA III
(Salgado Maranhão)
Há um rasgo de arco-íris
entre meu cais
e a tua íris,
uma voragem de lâminas
e cetins.
Tramas tua química de azuis
em dorso esplêndido
rosnas a febre líquida
a inundar teus lábios ocultos.
O instinto fez-se mar revolto
e as convulsões de sangue e cio
acordam cavalos em teu haras.
Urge que o fogo avance os limites
urge que o tempo em temporal
desate a trama das águas.
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